Saber dizer “não” é, segundo os especialistas, um dos aspectos importantes e saudáveis da educação de crianças e adolescentes.
Uma das maiores dificuldades na educação de uma criança consiste na tarefa de saber dosar amor e permissividade com limite e autoridade. Todos têm consciência da importância de impor limites, mas o fato de saber disso não é suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais freqüentemente se deparam com muitas dúvidas: Estou agindo certo? Onde eu errei? Por que ele não me obedece?
É importante analisar como a noção do proibido vai se constituindo ao longo do desenvolvimento infantil para compreender melhor o comportamento da criança. Ela, até o fim do primeiro ano de vida, obedece ao princípio primordial da vida humana: o princípio do prazer. Por isso procura apenas fazer o que lhe causa satisfação e tenta fugir do que é vivido como algo desprazeroso. Nesse estágio, ela age por impulso instintivo. Esse é o primeiro sistema de funcionamento mental, o mais primitivo e existente desde o nascimento do indivíduo, que é denominado pela psicologia de id.
O id é essencialmente impulsivo – age primeiro e pensa depois. É imperioso, intolerante, egoísta e amoral; é agressivo, sexual, destrutivo, ciumento, enfim, é tudo que existe de selvagem em nossa natureza. Assim, a criança quer fazer tudo o que lhe vem à mente: deseja o que vê, imita o que fazem ao seu redor e tem permanentemente insaciável e ativa a sua curiosidade que, freqüentemente, aborrece, preocupa e constrange as pessoas. Ao mesmo tempo, essa impulsividade é uma das necessidades mais prementes em seu desenvolvimento, que, quando reprimida, gera crianças sem brilho, apáticas, desinteressadas e rigidamente bem comportadas. A necessidade de tocar, apalpar, mexer, demonstrar, destruir, desfazer e tentar reconstruir objetos são atividades importantíssimas e fazem parte de sua forma de entrar em contato com o mundo externo.
A partir dos 18 meses, a criança começa a se opor para afirmar-se e existir por si mesma. É o início da fase do não, tão temida pelos pais, e que termina, na melhor das hipóteses, por volta dos três ou quatro anos. Nessa fase, trata-se de uma oposição sistemática, porém necessária à estruturação e organização de sua personalidade. Basta substituir o "não" por "eu" para se ter a chave do problema. Para uma criança, dizer "não" significa apenas: "Eu acho que não! E você?" Ela quer simplesmente uma resposta dos pais que, favorável ou não, terá, pelo menos, o mérito de indicar os limites. A partir dos três ou quatro anos, a criança passa, pouco a pouco, do "não" sistemático – modo de comunicação arcaico, mas necessário ao seu desenvolvimento – para o "não" refletido, que afirma seus gostos e escolhas.
Culpa e castigo
Desde cedo, a criança percebe que seu comportamento impulsivo, em vez de satisfação, freqüentemente acarreta uma censura por parte do mundo externo. Ela passa, assim, a dominar suas atividades instintivas. Como, acima de tudo, a criança deseja o apoio e a aprovação dos adultos e necessita imensamente deles, especialmente do pai e da mãe, começa a compreender que precisa controlar melhor seus desejos e impulsos. Ao conformar-se gradualmente com as imposições do meio ambiente (educação), controlando ou repelindo os desejos que não podem ou não devem ser satisfeitos, vai se estruturando o sistema moderador ou filtrador, o ego.
O ego faz com que a criança troque o princípio do prazer, que orientava suas atividades instintivas, pelo princípio da realidade, mediante o qual consegue adiar ou anular os impulsos que não são adequados ao meio em que vivem. O ego coloca-se como intermediário entre o id e o mundo externo, entre as exigências impulsivas e as restrições do meio.
A parte moral ou ética da personalidade se manifesta quando julgamos nossos atos na categoria de bom ou mau. Essas considerações dependem de um sistema de autocensura, denominado superego. O superego desenvolve-se a partir do ego, mediante a internalização ou incorporação dos modelos externos, das advertências e censuras.
O superego passa a atuar sobre a criança da mesma maneira que os pais: punindo-a quando se comporta mal e dando-lhe a sensação de bem-estar quando age corretamente. A punição assume um aspecto de sentimento de culpa ou de inferioridade, de angústia ou inquietação. A recompensa proporciona, por sua vez, orgulho, realização ou sensação de cumprimento do dever, ou seja, uma virtude.
Até dois ou três anos, a noção do proibido não lhe faz ainda muito sentido. Será preciso repetir-lhe muitas vezes o que ela pode ou não pode fazer, explicando-lhe em poucas palavras a razão dessa proibição. Somente depois dos três ou quatro anos a criança passa a compreender, cada vez melhor, as ordens dadas, começando a entender as noções de bem e de mal. E, a princípio, ela procurará obedecer aos pais somente para satisfazê-los.
As crianças, ao contrário do que se pensa, são muito preocupadas com regras. Parece que agir dentro de limites, cuidadosamente estabelecidos, oferece-lhes uma estrutura segura para lidar com uma situação nova e desconhecida.
É fundamental que os adultos tenham clareza de suas convicções e sejam fiéis a elas, pois, para os pequenos, eles são modelos vivos a serem seguidos. É por meio do convívio com essas fontes de referências que eles vão estruturando a sua própria personalidade.
A criança que não aprende a ter limite cresce com uma deformação na percepção do outro. As conseqüências são muitas e, freqüentemente, bem graves como, por exemplo, desinteresse pelos estudos, falta de concentração, dificuldade de suportar frustrações, falta de persistência, desrespeito pelo outro – por colegas, irmãos, familiares e pelas autoridades. Com freqüência, essas crianças são confundidas com as que têm a síndrome da hiperatividade verdadeira, porque, de fato, iniciam um processo que pode assemelhar-se a esse distúrbio neurológico. Na verdade, muito provavelmente trata-se da hiperatividade situacional, pois, de tanto poder fazer tudo, de tanto ampliar seu espaço sem aprender a reconhecer o outro como ser humano, essa criança tende a desenvolver características de irritabilidade, instabilidade emocional, redução da capacidade de concentração e atenção, derivadas, como vimos, da falta de limite e da incapacidade crescente de tolerar frustrações e contrariedades.
O pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott dizia: “É saudável que um bebê conheça toda a extensão da sua raiva. Na vida, existe o princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma criança a quem se cede em tudo imediatamente, ‘a quem nunca se recusou nada’, como dizem os pais, suporta mal a frustração. Muitos desses pais que cedem sempre vêem o filho no presente, ao passo que aqueles que sabem dar sem mimar vêem o filho no tempo e no futuro. Eles lhe oferecem perspectivas, lhe mostram o valor do desejo e da espera, para melhor saborear o que é obtido.”
Maria Guimarães Drumond Grupi
Psicóloga, pedagoga e diretora de Escola de Educação Infantil,em São Paulo
terça-feira, 30 de março de 2010
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Pequeno Manual Mãe & Pai
1. Preceitos Gerais.
- Falem a mesma língua. Quando o pai diz “Vinho” e a mãe diz “água” o filho “disanda”. Troquem idéias em família antes de tomar decisões importantes.
- Imponham limites saudáveis e possíveis de respeitar.
- As crianças escutam também com os olhos; portanto, quando quiserem realmente ser ouvidos, falem olhando dentro dos olhinhos delas.
2. Exigência e gratidão.
- Não exijam do seu filho mais do que a capacidade dela permite nem deixem de exigir o que ele é capaz de fazer.
- Peçam a ajuda de seu filho, mas sem explorá-lo.
- Ajudar os filhos não significa fazer por eles o que eles têm capacidade de fazer. Lembrem-se: quem sabe fazer aprende fazendo!”.
3. Erros e aprendizagem.
- Conseqüências têm de ser educativas e previamente combinadas, para que as crianças saibam que estão fazendo algo que não deveriam.
- Quanto menor a idade da criança, mais curtas e claras devem ser as explicações.
4. Cidadania.
- Os pais devem ensinar aos filhos que não é justo nem ético ofender e menosprezar as pessoas.
- Quando os pais aceitam a delinqüência do filho, estão lhe dando autoridade, que acaba gerando poder.
- A criança que guarda seu brinquedo depois de brincar aprender a cuidar dos pertences. Quem não cuida perde o que tem. Para ter, é preciso saber preservar.
5. Auto- estima.
- Cuidados adequados a idade, carinho, respeito e afeto ao lidar coma criança alimentam sua auto-estima essencial. Reconhecer e festejar realizações e conquistas também.
- O afeto clima familiar de ajuda mútua, que reforça a sensação de pertencimento a uma família / equipe, nutre a auto estima familiar.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
- Falem a mesma língua. Quando o pai diz “Vinho” e a mãe diz “água” o filho “disanda”. Troquem idéias em família antes de tomar decisões importantes.
- Imponham limites saudáveis e possíveis de respeitar.
- As crianças escutam também com os olhos; portanto, quando quiserem realmente ser ouvidos, falem olhando dentro dos olhinhos delas.
2. Exigência e gratidão.
- Não exijam do seu filho mais do que a capacidade dela permite nem deixem de exigir o que ele é capaz de fazer.
- Peçam a ajuda de seu filho, mas sem explorá-lo.
- Ajudar os filhos não significa fazer por eles o que eles têm capacidade de fazer. Lembrem-se: quem sabe fazer aprende fazendo!”.
3. Erros e aprendizagem.
- Conseqüências têm de ser educativas e previamente combinadas, para que as crianças saibam que estão fazendo algo que não deveriam.
- Quanto menor a idade da criança, mais curtas e claras devem ser as explicações.
4. Cidadania.
- Os pais devem ensinar aos filhos que não é justo nem ético ofender e menosprezar as pessoas.
- Quando os pais aceitam a delinqüência do filho, estão lhe dando autoridade, que acaba gerando poder.
- A criança que guarda seu brinquedo depois de brincar aprender a cuidar dos pertences. Quem não cuida perde o que tem. Para ter, é preciso saber preservar.
5. Auto- estima.
- Cuidados adequados a idade, carinho, respeito e afeto ao lidar coma criança alimentam sua auto-estima essencial. Reconhecer e festejar realizações e conquistas também.
- O afeto clima familiar de ajuda mútua, que reforça a sensação de pertencimento a uma família / equipe, nutre a auto estima familiar.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
O desafio de educar
Educar não é deixar a criança fazer só o que quer (buscar saciedade). Isso dá mais trabalho do que simplesmente cuidar dela porque equivale a incutir na criança critérios de valor.
A criança é regida pela vontade de brincar, de fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem. Junto entram os valores.
Construir uma casa é muito mais fácil do que reformá-la. Reformar, no caso de um filho, seria o mesmo que sempre dizer “não” para algo que ele já fez muitas vezes. Melhor ensinar aos poucos.
Quando quer fazer alguma coisa, a criança observa a reação dos pais; se ouve um “não”, insiste. Quer testar se o que dizem é mesmo para valer – até incorporar a regra. Leva algum tempo, mas ela aprende. Então aquele critério de valor passa a fazer parte dela.
É interessante notar como desde a tenra idade a simples repressão já não funciona. É preciso estabelecer uma diferença ao incentivar o comportamento certo. A simples aprovação é uma recompensa para a criança, como o silencio é uma permissão.
E, quando a criança cair no chão, os adultos não precisam sair correndo, desesperados para socorrê-las, a menos que se machuque seriamente. É importante avaliar o que aconteceu de fato. Por estranhar a situação, a criança pode chorar sem nem mesmo estar sentindo dor. Use o método pare, escute, olhe, pense e aja!
E pode nem ter sido um tombo. Crianças pequenas costumam cair por não saber parar. Ficam de pé, andam, disparam, mas não sabem brecar. Então, jogam-se no chão para parar. E a mãe e o pai correm a acudir, pensando que foi uma queda perigosa.
Elas têm de aprender que podiam não ter caído ou esbarrado na mesa. Não foi o chão nem a mesa que as derrubou. O tapinha que os pais dão o chão – “chão feio!” – passa a idéia equivocada de que agrado tira a dor e dá a falsa sensação de que a criança está certa.
A afobação e a reação exagerada dos pais geram insegurança na criança.
Também não sou favorável a que se limpe o caminho da criança, tirando-se cadeiras, mesas e tudo que for preciso para que ela não se machuque. Talvez ela se choque uma ou duas vezes contra a mesa, mas aprenderá a ter cuidado. O que pode atrapalhar é os pais “brigarem” com a mesa dando-lhe tapinhas recriminadores enquanto dizem “mesa feia!”.
Nas voltinhas futuras e maiores que os filhos vão dar, na escola por exemplo, os pais não poderão dizer “Escola feia!”, cada vez que não se saírem bem. Na adolescência, as voltinhas sociais serão ainda maiores, longe da vista dos pais, que não poderão dizer que “Os errados são suas más companhias”. Quando seus pit- stops em casa já não lhes satisfazerem, os filhos farão paradas em outros lugares. Então dependerão muito mais do que têm dentro de si mesmo que dos pais.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
A criança é regida pela vontade de brincar, de fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem. Junto entram os valores.
Construir uma casa é muito mais fácil do que reformá-la. Reformar, no caso de um filho, seria o mesmo que sempre dizer “não” para algo que ele já fez muitas vezes. Melhor ensinar aos poucos.
Quando quer fazer alguma coisa, a criança observa a reação dos pais; se ouve um “não”, insiste. Quer testar se o que dizem é mesmo para valer – até incorporar a regra. Leva algum tempo, mas ela aprende. Então aquele critério de valor passa a fazer parte dela.
É interessante notar como desde a tenra idade a simples repressão já não funciona. É preciso estabelecer uma diferença ao incentivar o comportamento certo. A simples aprovação é uma recompensa para a criança, como o silencio é uma permissão.
E, quando a criança cair no chão, os adultos não precisam sair correndo, desesperados para socorrê-las, a menos que se machuque seriamente. É importante avaliar o que aconteceu de fato. Por estranhar a situação, a criança pode chorar sem nem mesmo estar sentindo dor. Use o método pare, escute, olhe, pense e aja!
E pode nem ter sido um tombo. Crianças pequenas costumam cair por não saber parar. Ficam de pé, andam, disparam, mas não sabem brecar. Então, jogam-se no chão para parar. E a mãe e o pai correm a acudir, pensando que foi uma queda perigosa.
Elas têm de aprender que podiam não ter caído ou esbarrado na mesa. Não foi o chão nem a mesa que as derrubou. O tapinha que os pais dão o chão – “chão feio!” – passa a idéia equivocada de que agrado tira a dor e dá a falsa sensação de que a criança está certa.
A afobação e a reação exagerada dos pais geram insegurança na criança.
Também não sou favorável a que se limpe o caminho da criança, tirando-se cadeiras, mesas e tudo que for preciso para que ela não se machuque. Talvez ela se choque uma ou duas vezes contra a mesa, mas aprenderá a ter cuidado. O que pode atrapalhar é os pais “brigarem” com a mesa dando-lhe tapinhas recriminadores enquanto dizem “mesa feia!”.
Nas voltinhas futuras e maiores que os filhos vão dar, na escola por exemplo, os pais não poderão dizer “Escola feia!”, cada vez que não se saírem bem. Na adolescência, as voltinhas sociais serão ainda maiores, longe da vista dos pais, que não poderão dizer que “Os errados são suas más companhias”. Quando seus pit- stops em casa já não lhes satisfazerem, os filhos farão paradas em outros lugares. Então dependerão muito mais do que têm dentro de si mesmo que dos pais.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Brincar é coisa séria a importância do brincar.
Brincar é tão importante para a criança como trabalhar é para o adulto. É o que a torna ativa, criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc…
Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
Etapas
O brincar também tem suas etapas de desenvolvimento. A criança começa a brincar sozinha, manipulando objetos. Posteriormente, procurará companheiros para as brincadeiras paralelas (cada um com seu brinquedo). A partir daí, desenvolverá o conceito de grupo e descobrirá os prazeres e frustrações de brincar com os outros, crescendo emocionalmente.
Brincar em grupo evita que a criança se desestimule, mesmo quando ainda não sabe brincar junto. Ela aprende a esperar sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e cumprindo normas. Com os grupos ela aprende que, se não encontrarmos uma forma eficiente de cooperar uns com os outros, seremos todos prejudicados. A vitória depende de todos. Aprende-se a ganhar e a perder.
A atividade lúdica produz entusiasmo. A criança fica alegre, vence obstáculos, desafia seus limites, despende energia, desenvolve a coordenação motora e o raciocínio lógico, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seus conhecimentos.
Escolhendo os brinquedos
Veja algumas indicações que podem ajudar a escolher os brinquedos:
• Interesse
É o brinquedo que convida a brincar, que desafia seu pensamento.
• Adequação:
Deve atender a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais.
• Apelo à imaginação:
Deve estimular a criatividade e não limitá-la.
• Versatilidade:
O brinquedo pode ser usado de diferentes formas, explorando a inventividade.
• Composição:
As crianças gostam de saber como o brinquedo é por dentro.
• Cores e formas:
O colorido, texturas e formas diferentes a estimulam sensorialmente.
• Tamanho:
Deve ser compatível com sua motricidade (quanto menor a criança, maiores serão as peças do brinquedo).
• Durabilidade:
Brinquedos muito frágeis causam frustração não somente por que se quebram, mas também porque não dão à criança tempo suficiente para estabelecer uma relação com eles.
• Segurança:
Este é um dos mais importantes itens na escolha de um brinquedo. Deve ser feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas nem peças que possam se soltar.
Quanto à brincadeira
• Dê tempo para que a criança possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda.
• Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo que precisar.
• Encoraje suas manifestações espontâneas, permita que ela tome a iniciativa.
• Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas.
• Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança.
• Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além de seu entendimento.
E lembre-se: quando apresentar um brinquedo a seu filho, demonstre interesse. Uma caixa vazia, dependendo de como lhe for apresentada, poderá virar uma casa, um barco, um carro, uma torre, uma cama de bonecas, um fogão... ou, simplesmente, uma caixa vazia.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc…
Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
Etapas
O brincar também tem suas etapas de desenvolvimento. A criança começa a brincar sozinha, manipulando objetos. Posteriormente, procurará companheiros para as brincadeiras paralelas (cada um com seu brinquedo). A partir daí, desenvolverá o conceito de grupo e descobrirá os prazeres e frustrações de brincar com os outros, crescendo emocionalmente.
Brincar em grupo evita que a criança se desestimule, mesmo quando ainda não sabe brincar junto. Ela aprende a esperar sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e cumprindo normas. Com os grupos ela aprende que, se não encontrarmos uma forma eficiente de cooperar uns com os outros, seremos todos prejudicados. A vitória depende de todos. Aprende-se a ganhar e a perder.
A atividade lúdica produz entusiasmo. A criança fica alegre, vence obstáculos, desafia seus limites, despende energia, desenvolve a coordenação motora e o raciocínio lógico, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seus conhecimentos.
Escolhendo os brinquedos
Veja algumas indicações que podem ajudar a escolher os brinquedos:
• Interesse
É o brinquedo que convida a brincar, que desafia seu pensamento.
• Adequação:
Deve atender a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais.
• Apelo à imaginação:
Deve estimular a criatividade e não limitá-la.
• Versatilidade:
O brinquedo pode ser usado de diferentes formas, explorando a inventividade.
• Composição:
As crianças gostam de saber como o brinquedo é por dentro.
• Cores e formas:
O colorido, texturas e formas diferentes a estimulam sensorialmente.
• Tamanho:
Deve ser compatível com sua motricidade (quanto menor a criança, maiores serão as peças do brinquedo).
• Durabilidade:
Brinquedos muito frágeis causam frustração não somente por que se quebram, mas também porque não dão à criança tempo suficiente para estabelecer uma relação com eles.
• Segurança:
Este é um dos mais importantes itens na escolha de um brinquedo. Deve ser feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas nem peças que possam se soltar.
Quanto à brincadeira
• Dê tempo para que a criança possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda.
• Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo que precisar.
• Encoraje suas manifestações espontâneas, permita que ela tome a iniciativa.
• Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas.
• Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança.
• Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além de seu entendimento.
E lembre-se: quando apresentar um brinquedo a seu filho, demonstre interesse. Uma caixa vazia, dependendo de como lhe for apresentada, poderá virar uma casa, um barco, um carro, uma torre, uma cama de bonecas, um fogão... ou, simplesmente, uma caixa vazia.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Lancheira Criativa
Recreio sempre foi sinônimo de guloseimas. Levar uma maçã ou pera para o intervalo era pagar mico, mas, hoje, pagar mico é ter na lancheira salgadinhos e refrigerante. O lanche equilibrado deve conter um alimento do grupo dos leites e derivados (queijo, iogurte). Eles são ricos em proteínas e cálcio, muito importante para o fortalecimento dos ossos, principalmente para crianças em fase de desenvolvimento. A lancheira dessa criança também precisa ter um pão ou cereal. Esses alimentos pertencem ao grupo que fornece energia e são importantes para repor o que se perde em atividades diárias e brincadeiras. Para compor uma lancheira nutritiva, é indispensável uma fruta, alimento que contém vitaminas e minerais. Sugerimos um cardápio equilibrado para uma semana de aula.
Sugestão de lanches para uma semana:
Segunda-feira
1 suco de frutas industrializado (200 ml)
4 bisnaguinhas com requeijão
1 maçã
Terça-feira
1 achocolatado (200 ml)
6 bolachas sem recheio
1 banana-maçã
Quarta-feira
1 iogurte (200 ml)
1 minicereal matinal (sem açúcar)
1 mexerica
Quinta-feira
1 suco de fruta industrializado (200 ml)
1 fatia média de bolo simples sem recheio
1 pera
Sexta-feira
1 lanche com 2 fatias de pão integral, peito de peru e cenoura ralada
1 iogurte de fruta (200 ml)
Pirâmide de Alimentos para crianças de 2 a 6 anos de idade:
6 porções de grãos
2 porções de frutas
3 porções de hortaliças
2 porções de carnes
2 porções de leites
Comer gorduras e óleos com moderação
Sucos naturais para crianças até 1 ano:
Sucos com legumes:
Abacaxi com água de coco
Limão com caqui
Laranja com mamão
Cenoura com melão
Laranja com morango
Laranja com cenoura
Cenoura com tomate
Laranja, beterraba e espinafre
Maçã, couve e agrião
Para ambos preparos: bater os ingredientes no liquidificador, coar e oferecer à criança, no copo ou na mamadeira.
*Flávia é nutricionista pela PUC de Campinas desde 1993. Atualmente é consultora, professora titular do Centro Universitário Senac e pesquisadora de temas como Nutrição e Meio Ambiente. É mestre em Ciências Ambientais na área de pesquisa com embalagens de alimentos.
Sugestão de lanches para uma semana:
Segunda-feira
1 suco de frutas industrializado (200 ml)
4 bisnaguinhas com requeijão
1 maçã
Terça-feira
1 achocolatado (200 ml)
6 bolachas sem recheio
1 banana-maçã
Quarta-feira
1 iogurte (200 ml)
1 minicereal matinal (sem açúcar)
1 mexerica
Quinta-feira
1 suco de fruta industrializado (200 ml)
1 fatia média de bolo simples sem recheio
1 pera
Sexta-feira
1 lanche com 2 fatias de pão integral, peito de peru e cenoura ralada
1 iogurte de fruta (200 ml)
Pirâmide de Alimentos para crianças de 2 a 6 anos de idade:
6 porções de grãos
2 porções de frutas
3 porções de hortaliças
2 porções de carnes
2 porções de leites
Comer gorduras e óleos com moderação
Sucos naturais para crianças até 1 ano:
Sucos com legumes:
Abacaxi com água de coco
Limão com caqui
Laranja com mamão
Cenoura com melão
Laranja com morango
Laranja com cenoura
Cenoura com tomate
Laranja, beterraba e espinafre
Maçã, couve e agrião
Para ambos preparos: bater os ingredientes no liquidificador, coar e oferecer à criança, no copo ou na mamadeira.
*Flávia é nutricionista pela PUC de Campinas desde 1993. Atualmente é consultora, professora titular do Centro Universitário Senac e pesquisadora de temas como Nutrição e Meio Ambiente. É mestre em Ciências Ambientais na área de pesquisa com embalagens de alimentos.
Educar desde o princípio
O PERÍODO ATÉ OS 3 ANOS É DECISIVO NO DESENVOLVIMENTO. INVESTIR EM EDUCAÇÃO NESSA FASE PREVINE MUITA COISA RUIM NO FUTURO
Compareci ao 1º Congresso Mundial sobre Educação Inicial e Pré-Escolar que aconteceu em outubro na cidade de Monterrey, no México. Para dar a dimensão da importância do evento, participaram representantes dos cinco continentes, do Peru ao Vietnã, do Canadá à Itália, da República Dominicana à Austrália, todos preocupados com o futuro do planeta e em como investir no chamado “capital humano”.
Além de profissionais ligados à escola, havia economistas, engenheiros, médicos, políticos de escalões diversos, desde deputados até secretários e ministros de Estado, entre outros.
E o que se verificou nas diversas falas foi uma unanimidade flagrante e vigorosa, destacando a importância fundamental da educação, especialmente no período etário de 0 a 6 anos – e, com maior ênfase ainda, de 0 a 3 anos. Eu iria ainda mais além, acrescentando o período da gravidez, já que o desenvolvimento se estabelece por ocasião da concepção e vai percorrendo também o período gestacional.
Ou seja, valorizou-se a chamada educação não formal, aquela que tem por objetivo promover o desenvolvimento do bebê nos seus meses iniciais de vida, garantindo a sua adequada estruturação psíquica para que possa, depois, desenvolver os conhecimentos que virão da educação formal, mais especificamente, da escola.
Foi ressaltada a importância do papel dos pais, os primeiros cuidadores, na sua tarefa de acolher afetivamente seus filhos, amparando-os nas suas ansiedades e oferecendo-lhes o apoio necessário para que aprendam a conviver com situações mais complexas em suas vidas futuras.
Falou-se da importância da colocação de regras e limites, da necessidade de reconhecer e respeitar o outro, e de como estes pais precisam adquirir este manejo para educar seus filhos para que tenham autonomia para conduzir seus próprios destinos.
Crianças educadas dessa maneira certamente terão a oportunidade de mostrar sua criatividade, irão em busca do conhecimento para enriquecer suas curiosidades e desenvolverão melhor a capacidade de pensar.
DE ACORDO COM JAMES HECKMAN, PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA 2001, QUE ESTEVE LÁ EXPONDO SUAS IDÉIAS, A TECNOLOGIA EM POUCO TEMPO NÃO SERÁ MAIS O QUE FARÁ A DIFERENÇA. O GRANDE DIFERENCIAL SERÁ A EDUCAÇÃO, MAIS ESPECIFICAMENTE NOS ANOS INICIAIS DA CRIANÇA.
Programas neste sentido vão implicar investimentos financeiros de porte, mas que terão compensações. Em suas pesquisas, Heckman mostra com evidências indiscutíveis os prejuízos à economia quando não se dá a devida atenção aos cuidados educacionais. Ao investirmos em nossas crianças, poderíamos poupar bilhões de dólares usados hoje para reparar estragos causados por alcoolismo, drogas e criminalidade. Recursos financeiros que poderão ser aplicados em outros programas, tão necessários nos países em desenvolvimento, como o nosso. A palavra de ordem daqui pra frente será: educar, educar e educar.
DR. SAUL CYPEL É NEUROLOGISTA INFANTIL E DIRETOR DO INSTITUTO DE NEURODESENVOLVIMENTO INTEGRADO (INDI) E PARTICIPOU DO 1º CONGRESSO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO INICIAL E PRÉ-ESCOLAR COMO CONSELHEIRO CURADOR DA FUNDAÇÃO MARIA CECÍLIA SOUTO VIDIGAL ILUSTRAÇÃO: MANUELA GALVÃO DE FRANÇA BARAUNA
Compareci ao 1º Congresso Mundial sobre Educação Inicial e Pré-Escolar que aconteceu em outubro na cidade de Monterrey, no México. Para dar a dimensão da importância do evento, participaram representantes dos cinco continentes, do Peru ao Vietnã, do Canadá à Itália, da República Dominicana à Austrália, todos preocupados com o futuro do planeta e em como investir no chamado “capital humano”.
Além de profissionais ligados à escola, havia economistas, engenheiros, médicos, políticos de escalões diversos, desde deputados até secretários e ministros de Estado, entre outros.
E o que se verificou nas diversas falas foi uma unanimidade flagrante e vigorosa, destacando a importância fundamental da educação, especialmente no período etário de 0 a 6 anos – e, com maior ênfase ainda, de 0 a 3 anos. Eu iria ainda mais além, acrescentando o período da gravidez, já que o desenvolvimento se estabelece por ocasião da concepção e vai percorrendo também o período gestacional.
Ou seja, valorizou-se a chamada educação não formal, aquela que tem por objetivo promover o desenvolvimento do bebê nos seus meses iniciais de vida, garantindo a sua adequada estruturação psíquica para que possa, depois, desenvolver os conhecimentos que virão da educação formal, mais especificamente, da escola.
Foi ressaltada a importância do papel dos pais, os primeiros cuidadores, na sua tarefa de acolher afetivamente seus filhos, amparando-os nas suas ansiedades e oferecendo-lhes o apoio necessário para que aprendam a conviver com situações mais complexas em suas vidas futuras.
Falou-se da importância da colocação de regras e limites, da necessidade de reconhecer e respeitar o outro, e de como estes pais precisam adquirir este manejo para educar seus filhos para que tenham autonomia para conduzir seus próprios destinos.
Crianças educadas dessa maneira certamente terão a oportunidade de mostrar sua criatividade, irão em busca do conhecimento para enriquecer suas curiosidades e desenvolverão melhor a capacidade de pensar.
DE ACORDO COM JAMES HECKMAN, PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA 2001, QUE ESTEVE LÁ EXPONDO SUAS IDÉIAS, A TECNOLOGIA EM POUCO TEMPO NÃO SERÁ MAIS O QUE FARÁ A DIFERENÇA. O GRANDE DIFERENCIAL SERÁ A EDUCAÇÃO, MAIS ESPECIFICAMENTE NOS ANOS INICIAIS DA CRIANÇA.
Programas neste sentido vão implicar investimentos financeiros de porte, mas que terão compensações. Em suas pesquisas, Heckman mostra com evidências indiscutíveis os prejuízos à economia quando não se dá a devida atenção aos cuidados educacionais. Ao investirmos em nossas crianças, poderíamos poupar bilhões de dólares usados hoje para reparar estragos causados por alcoolismo, drogas e criminalidade. Recursos financeiros que poderão ser aplicados em outros programas, tão necessários nos países em desenvolvimento, como o nosso. A palavra de ordem daqui pra frente será: educar, educar e educar.
DR. SAUL CYPEL É NEUROLOGISTA INFANTIL E DIRETOR DO INSTITUTO DE NEURODESENVOLVIMENTO INTEGRADO (INDI) E PARTICIPOU DO 1º CONGRESSO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO INICIAL E PRÉ-ESCOLAR COMO CONSELHEIRO CURADOR DA FUNDAÇÃO MARIA CECÍLIA SOUTO VIDIGAL ILUSTRAÇÃO: MANUELA GALVÃO DE FRANÇA BARAUNA
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
ADAPTAÇÃO ESCOLAR
O momento ideal para a criança ingressar numa escola é visível, as avós comentam, os vizinhos questionam e principalmente os pais percebem que só a companhia dos adultos já não satisfaz todas as necessidades de descobertas, do contato com outras crianças, a exigência de mais espaço, de brincadeiras novas.
O início da vida escolar é um acontecimento significativo para toda a família, que terá dois grandes desafios pela frente: o ambiente desconhecido e a separação da mãe. Os pais podem e devem ajudar seus filhos neste momento tão importante.
A criança precisará ser preparada para começar a freqüentar a escola. Existem alguns cuidados básicos que facilitam o processo.
Visitar a escola, conhecer o espaço, se possível em época de aulas para ver as outras crianças brincando e interagindo entre elas e com as professoras, ajuda a formar a cena para sua imaginação.
O ingresso na escola não deve jamais coincidir com algum outro acontecimento importante na vida da criança, como retirada de fralda, de chupeta, mamadeira... nesse caso a criança deve primeiro adaptar-se a escola para depois adaptar-se à nova situação.
Quanto à escolha do período, é bom que se faça em função da criança. Se ela dorme até mais tarde, deveria ser matriculada no período da tarde. Se dorme depois do almoço, o período preferível é o da manhã. Para as mães que trabalham fora, o melhor é que o período coincida com o do trabalho.
De preferência, a separação deve se dar gradualmente. É importante que a mãe deixe claro que não o está abandonando e voltará para levá-lo para casa, fazendo o possível para buscá-lo na hora exata da saída, sendo honesta com a criança, despedindo-se dela quando for sair. Só assim ela poderá se concentrar nas atividades propostas, e deixar de olhar todo o tempo para porta para saber se sua mãe já desapareceu.
A possibilidade da separação materna dependerá muito da atitude emocional da mãe. Não é possível compreender os sentimentos de uma criança sem pensar nos sentimentos que envolvem os pais. O sentimento de uma mãe, que leva seu filho na escola no primeiro dia de aula, é muito similar àquele vivido pela criança.
A mãe que tem que deixar o seu filho para trabalhar, pode se sentir culpada por não estar com ele o tempo todo e acaba se achando a última dos mortais. Essa experiência é vivida com dor. Na verdade, qualquer separação causa dor mental. O fato é que somente através da falta da mãe, e da necessidade da criança sair em busca de suas necessidades, por seu próprio esforço, é que se dará seu desenvolvimento emocional. O sentimento de culpa é uma emoção natural deste momento, pois ao mesmo tempo que ter que separar-se pode parecer impossível, algumas vezes é um alívio.
Há uma grande ambivalência dos pais que por um lado desejam cuidar e proteger os filhos, e por outro também querem descansar e retomar suas vidas. Este sofrimento poderia ser menor se lembrassem que ser boa mãe ou bom pai não significa estar interagindo o dia inteiro com a criança. O que conta é a qualidade da relação quando estão perto. Uma mãe que se dispõe a refletir sobre suas emoções, sem medo, poderá ensinar seu filho a fazer o mesmo e repartir seus anseios, o que acabaria por unir ao invés de separar.
As crianças mais independentes muitas vezes são parte de uma família numerosa, ou filhos de pais que trabalham fora e que aprenderam a se organizar sozinhos, o que não garante que sua adaptação seja mais tranquila. É comum filhos únicos terem mais dificuldades, por estarem acostumados a ter todos os problemas solucionados pelos adultos, o que os torna despreparados para lidar com fortes emoções. A melhor maneira de ajudar a criança é deixá-la, sempre que possível, encontrar seu caminho para a independência.
A pré-escola é uma oportunidade que a criança tem de se desenvolver intelectual e emocionalmente, enfrentando as dificuldades sozinha, começando a lidar com outros adultos que não seus pais nem seus familiares. Por isso, ela deve sentir que o ambiente lhe oferece carinho, afeto e segurança, semelhante ao que sente em casa. O papel da professora passa a ser fundamental na vida da criança, ela deverá estimular seu filho quando ele estiver com medo, e mostrar-se o mais confiante possível. Evitar chacotas em torno dos temores infantis é algo que deve ser cumprido à risca. Tais temores desaparecerão por si só, quando a criança tiver experiência bastante para enfrentar as vicissitudes da vida.
Graças à educação em grupo, a criança desenvolve a receptividade e a sensibilidade ao mundo exterior; aprende a vencer a timidez e insegurança, a colaborar e trabalhar em equipe, aprende a trocar e emprestar brinquedos; a conviver com outras crianças, a defender-se, se comunicar e se expressar melhor.
O mundo da criança com sua família está apoiado em bases sólidas e confiáveis. Um mundo mais amplo a espera para acrescentar sua parte ao que ela já construiu como modelo de vida. A partir daí, os pais então a observar seu filho tornar-se uma criança como qualquer outra. A coisa mais importante que existe terá sido conquistada: uma outra pessoa.
Evelyn Pryzant
O início da vida escolar é um acontecimento significativo para toda a família, que terá dois grandes desafios pela frente: o ambiente desconhecido e a separação da mãe. Os pais podem e devem ajudar seus filhos neste momento tão importante.
A criança precisará ser preparada para começar a freqüentar a escola. Existem alguns cuidados básicos que facilitam o processo.
Visitar a escola, conhecer o espaço, se possível em época de aulas para ver as outras crianças brincando e interagindo entre elas e com as professoras, ajuda a formar a cena para sua imaginação.
O ingresso na escola não deve jamais coincidir com algum outro acontecimento importante na vida da criança, como retirada de fralda, de chupeta, mamadeira... nesse caso a criança deve primeiro adaptar-se a escola para depois adaptar-se à nova situação.
Quanto à escolha do período, é bom que se faça em função da criança. Se ela dorme até mais tarde, deveria ser matriculada no período da tarde. Se dorme depois do almoço, o período preferível é o da manhã. Para as mães que trabalham fora, o melhor é que o período coincida com o do trabalho.
De preferência, a separação deve se dar gradualmente. É importante que a mãe deixe claro que não o está abandonando e voltará para levá-lo para casa, fazendo o possível para buscá-lo na hora exata da saída, sendo honesta com a criança, despedindo-se dela quando for sair. Só assim ela poderá se concentrar nas atividades propostas, e deixar de olhar todo o tempo para porta para saber se sua mãe já desapareceu.
A possibilidade da separação materna dependerá muito da atitude emocional da mãe. Não é possível compreender os sentimentos de uma criança sem pensar nos sentimentos que envolvem os pais. O sentimento de uma mãe, que leva seu filho na escola no primeiro dia de aula, é muito similar àquele vivido pela criança.
A mãe que tem que deixar o seu filho para trabalhar, pode se sentir culpada por não estar com ele o tempo todo e acaba se achando a última dos mortais. Essa experiência é vivida com dor. Na verdade, qualquer separação causa dor mental. O fato é que somente através da falta da mãe, e da necessidade da criança sair em busca de suas necessidades, por seu próprio esforço, é que se dará seu desenvolvimento emocional. O sentimento de culpa é uma emoção natural deste momento, pois ao mesmo tempo que ter que separar-se pode parecer impossível, algumas vezes é um alívio.
Há uma grande ambivalência dos pais que por um lado desejam cuidar e proteger os filhos, e por outro também querem descansar e retomar suas vidas. Este sofrimento poderia ser menor se lembrassem que ser boa mãe ou bom pai não significa estar interagindo o dia inteiro com a criança. O que conta é a qualidade da relação quando estão perto. Uma mãe que se dispõe a refletir sobre suas emoções, sem medo, poderá ensinar seu filho a fazer o mesmo e repartir seus anseios, o que acabaria por unir ao invés de separar.
As crianças mais independentes muitas vezes são parte de uma família numerosa, ou filhos de pais que trabalham fora e que aprenderam a se organizar sozinhos, o que não garante que sua adaptação seja mais tranquila. É comum filhos únicos terem mais dificuldades, por estarem acostumados a ter todos os problemas solucionados pelos adultos, o que os torna despreparados para lidar com fortes emoções. A melhor maneira de ajudar a criança é deixá-la, sempre que possível, encontrar seu caminho para a independência.
A pré-escola é uma oportunidade que a criança tem de se desenvolver intelectual e emocionalmente, enfrentando as dificuldades sozinha, começando a lidar com outros adultos que não seus pais nem seus familiares. Por isso, ela deve sentir que o ambiente lhe oferece carinho, afeto e segurança, semelhante ao que sente em casa. O papel da professora passa a ser fundamental na vida da criança, ela deverá estimular seu filho quando ele estiver com medo, e mostrar-se o mais confiante possível. Evitar chacotas em torno dos temores infantis é algo que deve ser cumprido à risca. Tais temores desaparecerão por si só, quando a criança tiver experiência bastante para enfrentar as vicissitudes da vida.
Graças à educação em grupo, a criança desenvolve a receptividade e a sensibilidade ao mundo exterior; aprende a vencer a timidez e insegurança, a colaborar e trabalhar em equipe, aprende a trocar e emprestar brinquedos; a conviver com outras crianças, a defender-se, se comunicar e se expressar melhor.
O mundo da criança com sua família está apoiado em bases sólidas e confiáveis. Um mundo mais amplo a espera para acrescentar sua parte ao que ela já construiu como modelo de vida. A partir daí, os pais então a observar seu filho tornar-se uma criança como qualquer outra. A coisa mais importante que existe terá sido conquistada: uma outra pessoa.
Evelyn Pryzant
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