Por Renata Penna
Há alguns dias assisti esse vídeo, compartilhado por um amigo. Tocou fundo, chorei um bocado – não que isso seja parâmetro, já que eu sou daquelas que chora com comercial de margarina, mas enfim – e fiquei pensando. Tive vontade de compartilhar, para que mais mães – e pais, e ‘gentes’ de todo canto – parassem para refletir a respeito.
Vale pensar no quanto a gente se cobra. No quanto a gente quer alcançar a perfeição, e se frustra sempre porque não alcança nunca – e alguém alcança? No quanto a gente pode ser menos implacável consigo mesmo, pode se olhar com mais compaixão, com mais empatia.
A gente vive falando, aqui, nas listas e grupos de discussão, nos encontros presenciais, sobre a importância da empatia para que possamos nos relacionar melhor com nossos filhotes. Mas e a empatia conosco? Às vezes, ela fica esquecida. E a gente entra numa espiral de cobrança, autocrítica e severidade consigo mesma que não traz nada de bom, nem para nós, nem para as nossas crianças.
Ter empatia consigo não significa, de modo algum, ir fazendo de qualquer jeito, sem qualquer compromisso com coisa alguma, e acreditar que “do jeito que sair, tá bom”. Não, não. Ao contrário: ter empatia consigo implica ter claro para si o que é que se quer, o que é importante, mas não perder de vista que se a gente fez o melhor que pode, se deu o que tinha para dar, de nada adianta ficar sofrendo porque poderia ter sido melhor. Talvez pudesse. Talvez da próxima vez, seja. Mas por ora, que tal mudar o foco e olhar um pouquinho para tudo de bacana que você faz e fez, ao invés de sair procurando os erros, os enganos e os tropeços com lupa de detetive?
Um convite que faço hoje, a vocês e a mim mesma também: vamos ser mais condescendentes conosco? Vamos lembrar do amor imenso que nos move sempre, da vontade de fazer o melhor, e vamos ser felizes com o resultado possível? Que tal não esquecer que somos as melhores mães que podemos ser para nossos filhos, que o amor é grande, é recíproco e há de prevalecer sempre?
Sim, queremos sempre ser melhores, porque eles merecem. E isso é bom. Faz a gente crescer, todos os dias. Faz a gente amadurecer e todo mundo ganha, nós e eles. Mas que não falte o espaço da gente saber de tudo o que há de bom. Quase sempre é muito – provavelmente, muito mais do que a gente pensava.
Parece um vício, esse da gente olhar sempre a falta. Que tal a gente olhar o que transborda?
Caso o Video não abra segue link do Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=-CjxaLixqDs