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sexta-feira, 8 de junho de 2012
Dica de passeio
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Amar demais não faz mal
Amar demais não faz mal
Dar ao seu filho a certeza do seu amor incondicional mesmo quando as frustrações dele sejam provocadas por você. É, não é fácil. Mas essa é a sua maior prova de afeto e o caminho para que ele aprenda a importância desse sentimento para sempre (Ana Paula Pontes - Para Revista crescer)
Quem cansa de agarrar, abraçar, encher o filho de beijos? E como algo tão gostoso pode ser “demais da conta”? Tentar concretizar esse amor para a criança é fundamental para que ela sinta segurança em qualquer situação que venha a enfrentarComo você descreve o amor que sente pelo seu filho? E o aperto no peito que dá toda vez que é preciso dizer não? E aquela felicidade plena só de vê-lo sorrindo? Provavelmente você não vai conseguir mensurar mesmo um sentimento que parece só aumentar. Mas, aposto, vive pensando: será que amar demais pode fazer mal? Posso “estragar” meu filho enchendo ele de carinho o tempo todo?
A resposta é... não. Amor demais não faz mal. E temos comprovação científica de que o afeto só faz bem. Um respeitado estudo que durou 34 anos, rea-lizado pela Duke University, dos Estados Unidos, acompanhou 482 pessoas desde o primeiro ano de vida e mostrou que, quanto mais forte o vínculo afetivo da mãe com o filho, mais baixos eram os níveis de ansiedade, estresse e hostilidade na vida adulta. Sim, são os beijos e abraços que não cansamos de dar nos filhos que vão fortalecê-los para quando tiverem de enfrentar conflitos mais tarde. Pense quantas vezes em um momento difícil é um acalanto se lembrar do colo que recebemos dos nossos pais, avós, tios. E não é só isso.
O lado emocional influencia na saúde física também. Segundo Alessandro Danesi, pediatra do Hospital Sírio-Libanês (SP), em uma consulta pediátrica a doença não pode ser analisada isoladamente. Um atraso no desenvolvimento da criança – seja para sentar, engatinhar, falar – ou até uma crise de asma, dor de cabeça ou barriga sem motivos aparentes, pode acontecer por conta do ambiente a que ela está exposta. Para Danesi, nos primeiros meses de vida não existe manha. “O bebê acabou de sair da barriga da mãe, ora! Precisa de carinho e conforto”, diz. Ou seja: beije, abrace, segure seu filho no colo quantas vezes quiser. Esse carinho precisa ser demonstrado o tempo todo, das mais variadas formas. E, sim, pode exagerar sem culpa!
E colo é coisa de se dar a vida toda. Mas, conforme a criança cresce, a forma e os limites mudam, você sabe, mas a essência, não. Da sua experiência com família, o psicólogo Ivan Capelatto alerta: o cuidado jamais pode ser negligenciado. “A criança precisa sentir que a família está presente em sua vida, que esse amor vai acompanhá-la até quando crescer, que vai poder contar com ele sempre, ainda que a frustração seja inevitável”, afirma. É como se disséssemos: o fato de eu amar você não quer dizer que vai ter tudo que quer. Nem de mim, nem dos outros. E é preciso se manter firme, mesmo depois que ele abrir o berreiro, pois isso também é demonstração de afeto e é aí que vai nascer algo que a natureza não dá: a autoestima. “É ela que vai proteger a criança do bullying, dar suporte emocional para que consiga lidar com as adversidades, dar segurança para que tenha autonomia e faça suas escolhas”, diz Capelatto.
Um amor pelo filho é algo tão difícil de descrever que há quem não saiba lidar com essa emoção nova e, pasmem, chega a acreditar que não ama o filho do jeito que deveria. Aconteceu com a atriz e professora de teatro Nádia Hellmeister Morali, 29 anos, mãe de Pedro, hoje com 2. Para engatarmos uma conversa sobre o amor que sentia pelo filho, ela logo lembrou como foi delicado entender seus sentimentos nos primeiros dias ao lado dele. “Sempre me achei diferente de muitas mães porque não sabia direito o que sentir quando olhava para o Pedro. Me surpreendi quando me dei conta de que, à medida que eu cuidava dele, esse amor aumentava”, diz Nádia, que percebeu numa troca de fralda de cocô como cada participação na vida do filho pode despertar esse amor que a gente idealiza tanto. Esse “ideal” é o ponto principal abordado pela psicóloga Liana Isler Kupferman. É algo que começa antes da gravidez, no desejo de ter um filho. Mas, quando o bebê nasce, acontece a mudança do imaginário para o real e é nesse momento, digamos, “concreto” da relação que podem surgir dificuldades de criar vínculo com o bebê. Só que esse sentimento é precoce. “O vínculo é formado somente na convivência”, diz a especialista.
Amor com amor se aprende
É na convivência também que aprendemos uma série de medidas para dar conta de amar e educar ao mesmo tempo. Pois quando percebemos o tamanho do amor que podemos sentir por um filho, a tarefa mais difícil é não superproteger. Sim, amar demais não faz mal. Mas superproteger a ponto de não deixá-lo experimentar o novo por medo de que algo ruim aconteça, pode prejudicá-lo. Por isso voltamos à questão do “ser firme”, ainda que, muitas vezes, o que vem em troca não seja nada agradável.
“Um simples ‘não’ pode engatilhar seus olhos de fúria e descarregar uma onda de ódio que parece amaldiçoar as três últimas gerações. Mas antes de sucumbir ao desgosto e perguntar aos céus se ‘hunf! é para isso que a gente cria filhos?’, é bom saber uma coisa: é nessas horas que as crianças dão seus maiores saltos de crescimento. Ao contrário do que parece, é assim que os pequenos podem consolidar seu amor pelos pais”, afirmam os autores Ivan Capelatto, David Moisés e Angela Minatti no livro Prepare as Crianças para o Mundo, parceria do Unicef e Instituto Ayrton Senna.
Pais amorosos não são pais permissivos. “Achar que impôr limites pode fazer os pais perderem o amor dos filhos é paranoia. Se sempre for baseado no respeito à criança, essa turbulência não vai provocar isso”, afirma o psicólogo Yves de La Taille, um dos coordenadores do Instituto de Psicologia da USP. Assim como tudo na educação do seu filho, o desenvolvimento da capacidade afetiva dele se dá a partir do que aprende. Conceitos como empatia, solidariedade ou compaixão só se consolidam quando os pais têm o hábito de ouvir o que os filhos têm a dizer. Começa na primeira infância, quando eles ainda não são capazes de articular os sentimentos. O mesmo vale para a maneira como você se relaciona com seu companheiro, seus amigos, seus pais, irmãos, os empregados da casa, se você mente ou não, se sabe perdoar. “Me vigio o tempo todo, porque sei que, mais do que as minhas palavras, são as atitudes que vão fazer diferença na educação do Pedro. Hoje, eu me encanto toda vez que observo como ele trata as pessoas. É recompensador”, diz a atriz Nádia.
Essa dedicação exige tempo. Principalmente se a quantidade de horas ao lado do seu filho estiver longe do que você gostaria, é fundamental que esse momento seja exclusivo com ele, longe do celular, do computador, da novela. E que também esse amor jamais seja transmitido somente com presentes ou outros agrados. Que tal fazer uma salada juntos, arrumar o armário, brincar de cabaninha, dormir na mesma cama de vez em quando? Afinal, o que importa é poder construir boas memórias.
Dar amor ao seu filho é ensiná-lo a viver, prepará-lo para o mundo. Para este mundo que está aqui e agora, não somente para o futuro. Passar noções de cidadania, do respeito pelo outro, por mais diferente que esse seja de nós, até porque ninguém vive sozinho. Ensinar a cuidar da natureza para o seu futuro, dos seus filhos e netos e, principalmente, mostrar que são nas coisas simples que o amor está realmente mais presente.
É por isso que amar a criança com todos os cuidados que a educação dela merece nunca, nunca vai ser demais. E será o maior aliado no caminho por um mundo melhor.
Dicas práticas
Fique junto
Sua presença é fundamental para a criança se sentir amada. A troca da fralda, a hora do banho, da lição de casa, ir de mãos dadas até a padaria são momentos especiais para ela.
Escute (e respeite!)
Quando seu filho contar algo errado que fez, não o reprima. Oriente-o como deveria agir e deixe claro que está chateado mas que isso não vai interferir em nada o amor que você sente por ele.
Seja firme
Na hora do limite, mantenha a sua palavra. As crianças sentem que os pais se importam ainda mais com elas quando há a persistência no cuidado.
Surpreenda
Mostre como o amor pode ser explícito de forma simples e não por isso é menos intenso. Deixe um bilhetinho dentro da lancheira da escola. Imagine a carinha dele na hora do recreio ao ler o que escreveu?
Outras fontes: Como Realmente Amar Seu filho (Ed. Mundo Cristão); Honrar a Criança – Como Transformar Este Mundo (publicação do Instituto Alana)
Voltamos!
Estre blog foi criado para "estreitarmos" os laços com os Pais da Escola Peteleco.
Criamos uma maneira mais prática, rapida e "moderna" de passarmos textos e informacoes importantes, mas o tempo foi passando e deixamos de atualizar, mesmo porque não era dado nenhum feedback, assim "pré" julgamos que não era um meio eficaz de interação com os Pais.
Após a reuniao, pudemos perceber que tinhamos alguns acessos e pedidos de "movimentação".
Resolvemos voltar a ativa!!
Faremos POST's semanais e quem irá movimentar o blog são vocês!
Como Pais temos muitas duvidas e dicas. Estes devem ser enviados para o email: escolapeteleco@gmail.com
Começamos nosso primeiro POST com MUITO AMOR...
Equipe Peteleco
terça-feira, 30 de março de 2010
A importância do limite
Saber dizer “não” é, segundo os especialistas, um dos aspectos importantes e saudáveis da educação de crianças e adolescentes.
Uma das maiores dificuldades na educação de uma criança consiste na tarefa de saber dosar amor e permissividade com limite e autoridade. Todos têm consciência da importância de impor limites, mas o fato de saber disso não é suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais freqüentemente se deparam com muitas dúvidas: Estou agindo certo? Onde eu errei? Por que ele não me obedece?
É importante analisar como a noção do proibido vai se constituindo ao longo do desenvolvimento infantil para compreender melhor o comportamento da criança. Ela, até o fim do primeiro ano de vida, obedece ao princípio primordial da vida humana: o princípio do prazer. Por isso procura apenas fazer o que lhe causa satisfação e tenta fugir do que é vivido como algo desprazeroso. Nesse estágio, ela age por impulso instintivo. Esse é o primeiro sistema de funcionamento mental, o mais primitivo e existente desde o nascimento do indivíduo, que é denominado pela psicologia de id.
O id é essencialmente impulsivo – age primeiro e pensa depois. É imperioso, intolerante, egoísta e amoral; é agressivo, sexual, destrutivo, ciumento, enfim, é tudo que existe de selvagem em nossa natureza. Assim, a criança quer fazer tudo o que lhe vem à mente: deseja o que vê, imita o que fazem ao seu redor e tem permanentemente insaciável e ativa a sua curiosidade que, freqüentemente, aborrece, preocupa e constrange as pessoas. Ao mesmo tempo, essa impulsividade é uma das necessidades mais prementes em seu desenvolvimento, que, quando reprimida, gera crianças sem brilho, apáticas, desinteressadas e rigidamente bem comportadas. A necessidade de tocar, apalpar, mexer, demonstrar, destruir, desfazer e tentar reconstruir objetos são atividades importantíssimas e fazem parte de sua forma de entrar em contato com o mundo externo.
A partir dos 18 meses, a criança começa a se opor para afirmar-se e existir por si mesma. É o início da fase do não, tão temida pelos pais, e que termina, na melhor das hipóteses, por volta dos três ou quatro anos. Nessa fase, trata-se de uma oposição sistemática, porém necessária à estruturação e organização de sua personalidade. Basta substituir o "não" por "eu" para se ter a chave do problema. Para uma criança, dizer "não" significa apenas: "Eu acho que não! E você?" Ela quer simplesmente uma resposta dos pais que, favorável ou não, terá, pelo menos, o mérito de indicar os limites. A partir dos três ou quatro anos, a criança passa, pouco a pouco, do "não" sistemático – modo de comunicação arcaico, mas necessário ao seu desenvolvimento – para o "não" refletido, que afirma seus gostos e escolhas.
Culpa e castigo
Desde cedo, a criança percebe que seu comportamento impulsivo, em vez de satisfação, freqüentemente acarreta uma censura por parte do mundo externo. Ela passa, assim, a dominar suas atividades instintivas. Como, acima de tudo, a criança deseja o apoio e a aprovação dos adultos e necessita imensamente deles, especialmente do pai e da mãe, começa a compreender que precisa controlar melhor seus desejos e impulsos. Ao conformar-se gradualmente com as imposições do meio ambiente (educação), controlando ou repelindo os desejos que não podem ou não devem ser satisfeitos, vai se estruturando o sistema moderador ou filtrador, o ego.
O ego faz com que a criança troque o princípio do prazer, que orientava suas atividades instintivas, pelo princípio da realidade, mediante o qual consegue adiar ou anular os impulsos que não são adequados ao meio em que vivem. O ego coloca-se como intermediário entre o id e o mundo externo, entre as exigências impulsivas e as restrições do meio.
A parte moral ou ética da personalidade se manifesta quando julgamos nossos atos na categoria de bom ou mau. Essas considerações dependem de um sistema de autocensura, denominado superego. O superego desenvolve-se a partir do ego, mediante a internalização ou incorporação dos modelos externos, das advertências e censuras.
O superego passa a atuar sobre a criança da mesma maneira que os pais: punindo-a quando se comporta mal e dando-lhe a sensação de bem-estar quando age corretamente. A punição assume um aspecto de sentimento de culpa ou de inferioridade, de angústia ou inquietação. A recompensa proporciona, por sua vez, orgulho, realização ou sensação de cumprimento do dever, ou seja, uma virtude.
Até dois ou três anos, a noção do proibido não lhe faz ainda muito sentido. Será preciso repetir-lhe muitas vezes o que ela pode ou não pode fazer, explicando-lhe em poucas palavras a razão dessa proibição. Somente depois dos três ou quatro anos a criança passa a compreender, cada vez melhor, as ordens dadas, começando a entender as noções de bem e de mal. E, a princípio, ela procurará obedecer aos pais somente para satisfazê-los.
As crianças, ao contrário do que se pensa, são muito preocupadas com regras. Parece que agir dentro de limites, cuidadosamente estabelecidos, oferece-lhes uma estrutura segura para lidar com uma situação nova e desconhecida.
É fundamental que os adultos tenham clareza de suas convicções e sejam fiéis a elas, pois, para os pequenos, eles são modelos vivos a serem seguidos. É por meio do convívio com essas fontes de referências que eles vão estruturando a sua própria personalidade.
A criança que não aprende a ter limite cresce com uma deformação na percepção do outro. As conseqüências são muitas e, freqüentemente, bem graves como, por exemplo, desinteresse pelos estudos, falta de concentração, dificuldade de suportar frustrações, falta de persistência, desrespeito pelo outro – por colegas, irmãos, familiares e pelas autoridades. Com freqüência, essas crianças são confundidas com as que têm a síndrome da hiperatividade verdadeira, porque, de fato, iniciam um processo que pode assemelhar-se a esse distúrbio neurológico. Na verdade, muito provavelmente trata-se da hiperatividade situacional, pois, de tanto poder fazer tudo, de tanto ampliar seu espaço sem aprender a reconhecer o outro como ser humano, essa criança tende a desenvolver características de irritabilidade, instabilidade emocional, redução da capacidade de concentração e atenção, derivadas, como vimos, da falta de limite e da incapacidade crescente de tolerar frustrações e contrariedades.
O pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott dizia: “É saudável que um bebê conheça toda a extensão da sua raiva. Na vida, existe o princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma criança a quem se cede em tudo imediatamente, ‘a quem nunca se recusou nada’, como dizem os pais, suporta mal a frustração. Muitos desses pais que cedem sempre vêem o filho no presente, ao passo que aqueles que sabem dar sem mimar vêem o filho no tempo e no futuro. Eles lhe oferecem perspectivas, lhe mostram o valor do desejo e da espera, para melhor saborear o que é obtido.”
Maria Guimarães Drumond Grupi
Psicóloga, pedagoga e diretora de Escola de Educação Infantil,em São Paulo
Uma das maiores dificuldades na educação de uma criança consiste na tarefa de saber dosar amor e permissividade com limite e autoridade. Todos têm consciência da importância de impor limites, mas o fato de saber disso não é suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais freqüentemente se deparam com muitas dúvidas: Estou agindo certo? Onde eu errei? Por que ele não me obedece?
É importante analisar como a noção do proibido vai se constituindo ao longo do desenvolvimento infantil para compreender melhor o comportamento da criança. Ela, até o fim do primeiro ano de vida, obedece ao princípio primordial da vida humana: o princípio do prazer. Por isso procura apenas fazer o que lhe causa satisfação e tenta fugir do que é vivido como algo desprazeroso. Nesse estágio, ela age por impulso instintivo. Esse é o primeiro sistema de funcionamento mental, o mais primitivo e existente desde o nascimento do indivíduo, que é denominado pela psicologia de id.
O id é essencialmente impulsivo – age primeiro e pensa depois. É imperioso, intolerante, egoísta e amoral; é agressivo, sexual, destrutivo, ciumento, enfim, é tudo que existe de selvagem em nossa natureza. Assim, a criança quer fazer tudo o que lhe vem à mente: deseja o que vê, imita o que fazem ao seu redor e tem permanentemente insaciável e ativa a sua curiosidade que, freqüentemente, aborrece, preocupa e constrange as pessoas. Ao mesmo tempo, essa impulsividade é uma das necessidades mais prementes em seu desenvolvimento, que, quando reprimida, gera crianças sem brilho, apáticas, desinteressadas e rigidamente bem comportadas. A necessidade de tocar, apalpar, mexer, demonstrar, destruir, desfazer e tentar reconstruir objetos são atividades importantíssimas e fazem parte de sua forma de entrar em contato com o mundo externo.
A partir dos 18 meses, a criança começa a se opor para afirmar-se e existir por si mesma. É o início da fase do não, tão temida pelos pais, e que termina, na melhor das hipóteses, por volta dos três ou quatro anos. Nessa fase, trata-se de uma oposição sistemática, porém necessária à estruturação e organização de sua personalidade. Basta substituir o "não" por "eu" para se ter a chave do problema. Para uma criança, dizer "não" significa apenas: "Eu acho que não! E você?" Ela quer simplesmente uma resposta dos pais que, favorável ou não, terá, pelo menos, o mérito de indicar os limites. A partir dos três ou quatro anos, a criança passa, pouco a pouco, do "não" sistemático – modo de comunicação arcaico, mas necessário ao seu desenvolvimento – para o "não" refletido, que afirma seus gostos e escolhas.
Culpa e castigo
Desde cedo, a criança percebe que seu comportamento impulsivo, em vez de satisfação, freqüentemente acarreta uma censura por parte do mundo externo. Ela passa, assim, a dominar suas atividades instintivas. Como, acima de tudo, a criança deseja o apoio e a aprovação dos adultos e necessita imensamente deles, especialmente do pai e da mãe, começa a compreender que precisa controlar melhor seus desejos e impulsos. Ao conformar-se gradualmente com as imposições do meio ambiente (educação), controlando ou repelindo os desejos que não podem ou não devem ser satisfeitos, vai se estruturando o sistema moderador ou filtrador, o ego.
O ego faz com que a criança troque o princípio do prazer, que orientava suas atividades instintivas, pelo princípio da realidade, mediante o qual consegue adiar ou anular os impulsos que não são adequados ao meio em que vivem. O ego coloca-se como intermediário entre o id e o mundo externo, entre as exigências impulsivas e as restrições do meio.
A parte moral ou ética da personalidade se manifesta quando julgamos nossos atos na categoria de bom ou mau. Essas considerações dependem de um sistema de autocensura, denominado superego. O superego desenvolve-se a partir do ego, mediante a internalização ou incorporação dos modelos externos, das advertências e censuras.
O superego passa a atuar sobre a criança da mesma maneira que os pais: punindo-a quando se comporta mal e dando-lhe a sensação de bem-estar quando age corretamente. A punição assume um aspecto de sentimento de culpa ou de inferioridade, de angústia ou inquietação. A recompensa proporciona, por sua vez, orgulho, realização ou sensação de cumprimento do dever, ou seja, uma virtude.
Até dois ou três anos, a noção do proibido não lhe faz ainda muito sentido. Será preciso repetir-lhe muitas vezes o que ela pode ou não pode fazer, explicando-lhe em poucas palavras a razão dessa proibição. Somente depois dos três ou quatro anos a criança passa a compreender, cada vez melhor, as ordens dadas, começando a entender as noções de bem e de mal. E, a princípio, ela procurará obedecer aos pais somente para satisfazê-los.
As crianças, ao contrário do que se pensa, são muito preocupadas com regras. Parece que agir dentro de limites, cuidadosamente estabelecidos, oferece-lhes uma estrutura segura para lidar com uma situação nova e desconhecida.
É fundamental que os adultos tenham clareza de suas convicções e sejam fiéis a elas, pois, para os pequenos, eles são modelos vivos a serem seguidos. É por meio do convívio com essas fontes de referências que eles vão estruturando a sua própria personalidade.
A criança que não aprende a ter limite cresce com uma deformação na percepção do outro. As conseqüências são muitas e, freqüentemente, bem graves como, por exemplo, desinteresse pelos estudos, falta de concentração, dificuldade de suportar frustrações, falta de persistência, desrespeito pelo outro – por colegas, irmãos, familiares e pelas autoridades. Com freqüência, essas crianças são confundidas com as que têm a síndrome da hiperatividade verdadeira, porque, de fato, iniciam um processo que pode assemelhar-se a esse distúrbio neurológico. Na verdade, muito provavelmente trata-se da hiperatividade situacional, pois, de tanto poder fazer tudo, de tanto ampliar seu espaço sem aprender a reconhecer o outro como ser humano, essa criança tende a desenvolver características de irritabilidade, instabilidade emocional, redução da capacidade de concentração e atenção, derivadas, como vimos, da falta de limite e da incapacidade crescente de tolerar frustrações e contrariedades.
O pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott dizia: “É saudável que um bebê conheça toda a extensão da sua raiva. Na vida, existe o princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma criança a quem se cede em tudo imediatamente, ‘a quem nunca se recusou nada’, como dizem os pais, suporta mal a frustração. Muitos desses pais que cedem sempre vêem o filho no presente, ao passo que aqueles que sabem dar sem mimar vêem o filho no tempo e no futuro. Eles lhe oferecem perspectivas, lhe mostram o valor do desejo e da espera, para melhor saborear o que é obtido.”
Maria Guimarães Drumond Grupi
Psicóloga, pedagoga e diretora de Escola de Educação Infantil,em São Paulo
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Pequeno Manual Mãe & Pai
1. Preceitos Gerais.
- Falem a mesma língua. Quando o pai diz “Vinho” e a mãe diz “água” o filho “disanda”. Troquem idéias em família antes de tomar decisões importantes.
- Imponham limites saudáveis e possíveis de respeitar.
- As crianças escutam também com os olhos; portanto, quando quiserem realmente ser ouvidos, falem olhando dentro dos olhinhos delas.
2. Exigência e gratidão.
- Não exijam do seu filho mais do que a capacidade dela permite nem deixem de exigir o que ele é capaz de fazer.
- Peçam a ajuda de seu filho, mas sem explorá-lo.
- Ajudar os filhos não significa fazer por eles o que eles têm capacidade de fazer. Lembrem-se: quem sabe fazer aprende fazendo!”.
3. Erros e aprendizagem.
- Conseqüências têm de ser educativas e previamente combinadas, para que as crianças saibam que estão fazendo algo que não deveriam.
- Quanto menor a idade da criança, mais curtas e claras devem ser as explicações.
4. Cidadania.
- Os pais devem ensinar aos filhos que não é justo nem ético ofender e menosprezar as pessoas.
- Quando os pais aceitam a delinqüência do filho, estão lhe dando autoridade, que acaba gerando poder.
- A criança que guarda seu brinquedo depois de brincar aprender a cuidar dos pertences. Quem não cuida perde o que tem. Para ter, é preciso saber preservar.
5. Auto- estima.
- Cuidados adequados a idade, carinho, respeito e afeto ao lidar coma criança alimentam sua auto-estima essencial. Reconhecer e festejar realizações e conquistas também.
- O afeto clima familiar de ajuda mútua, que reforça a sensação de pertencimento a uma família / equipe, nutre a auto estima familiar.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
- Falem a mesma língua. Quando o pai diz “Vinho” e a mãe diz “água” o filho “disanda”. Troquem idéias em família antes de tomar decisões importantes.
- Imponham limites saudáveis e possíveis de respeitar.
- As crianças escutam também com os olhos; portanto, quando quiserem realmente ser ouvidos, falem olhando dentro dos olhinhos delas.
2. Exigência e gratidão.
- Não exijam do seu filho mais do que a capacidade dela permite nem deixem de exigir o que ele é capaz de fazer.
- Peçam a ajuda de seu filho, mas sem explorá-lo.
- Ajudar os filhos não significa fazer por eles o que eles têm capacidade de fazer. Lembrem-se: quem sabe fazer aprende fazendo!”.
3. Erros e aprendizagem.
- Conseqüências têm de ser educativas e previamente combinadas, para que as crianças saibam que estão fazendo algo que não deveriam.
- Quanto menor a idade da criança, mais curtas e claras devem ser as explicações.
4. Cidadania.
- Os pais devem ensinar aos filhos que não é justo nem ético ofender e menosprezar as pessoas.
- Quando os pais aceitam a delinqüência do filho, estão lhe dando autoridade, que acaba gerando poder.
- A criança que guarda seu brinquedo depois de brincar aprender a cuidar dos pertences. Quem não cuida perde o que tem. Para ter, é preciso saber preservar.
5. Auto- estima.
- Cuidados adequados a idade, carinho, respeito e afeto ao lidar coma criança alimentam sua auto-estima essencial. Reconhecer e festejar realizações e conquistas também.
- O afeto clima familiar de ajuda mútua, que reforça a sensação de pertencimento a uma família / equipe, nutre a auto estima familiar.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
O desafio de educar
Educar não é deixar a criança fazer só o que quer (buscar saciedade). Isso dá mais trabalho do que simplesmente cuidar dela porque equivale a incutir na criança critérios de valor.
A criança é regida pela vontade de brincar, de fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem. Junto entram os valores.
Construir uma casa é muito mais fácil do que reformá-la. Reformar, no caso de um filho, seria o mesmo que sempre dizer “não” para algo que ele já fez muitas vezes. Melhor ensinar aos poucos.
Quando quer fazer alguma coisa, a criança observa a reação dos pais; se ouve um “não”, insiste. Quer testar se o que dizem é mesmo para valer – até incorporar a regra. Leva algum tempo, mas ela aprende. Então aquele critério de valor passa a fazer parte dela.
É interessante notar como desde a tenra idade a simples repressão já não funciona. É preciso estabelecer uma diferença ao incentivar o comportamento certo. A simples aprovação é uma recompensa para a criança, como o silencio é uma permissão.
E, quando a criança cair no chão, os adultos não precisam sair correndo, desesperados para socorrê-las, a menos que se machuque seriamente. É importante avaliar o que aconteceu de fato. Por estranhar a situação, a criança pode chorar sem nem mesmo estar sentindo dor. Use o método pare, escute, olhe, pense e aja!
E pode nem ter sido um tombo. Crianças pequenas costumam cair por não saber parar. Ficam de pé, andam, disparam, mas não sabem brecar. Então, jogam-se no chão para parar. E a mãe e o pai correm a acudir, pensando que foi uma queda perigosa.
Elas têm de aprender que podiam não ter caído ou esbarrado na mesa. Não foi o chão nem a mesa que as derrubou. O tapinha que os pais dão o chão – “chão feio!” – passa a idéia equivocada de que agrado tira a dor e dá a falsa sensação de que a criança está certa.
A afobação e a reação exagerada dos pais geram insegurança na criança.
Também não sou favorável a que se limpe o caminho da criança, tirando-se cadeiras, mesas e tudo que for preciso para que ela não se machuque. Talvez ela se choque uma ou duas vezes contra a mesa, mas aprenderá a ter cuidado. O que pode atrapalhar é os pais “brigarem” com a mesa dando-lhe tapinhas recriminadores enquanto dizem “mesa feia!”.
Nas voltinhas futuras e maiores que os filhos vão dar, na escola por exemplo, os pais não poderão dizer “Escola feia!”, cada vez que não se saírem bem. Na adolescência, as voltinhas sociais serão ainda maiores, longe da vista dos pais, que não poderão dizer que “Os errados são suas más companhias”. Quando seus pit- stops em casa já não lhes satisfazerem, os filhos farão paradas em outros lugares. Então dependerão muito mais do que têm dentro de si mesmo que dos pais.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
A criança é regida pela vontade de brincar, de fazer. A cada movimento, está descobrindo coisas, num processo natural de aprendizagem. Junto entram os valores.
Construir uma casa é muito mais fácil do que reformá-la. Reformar, no caso de um filho, seria o mesmo que sempre dizer “não” para algo que ele já fez muitas vezes. Melhor ensinar aos poucos.
Quando quer fazer alguma coisa, a criança observa a reação dos pais; se ouve um “não”, insiste. Quer testar se o que dizem é mesmo para valer – até incorporar a regra. Leva algum tempo, mas ela aprende. Então aquele critério de valor passa a fazer parte dela.
É interessante notar como desde a tenra idade a simples repressão já não funciona. É preciso estabelecer uma diferença ao incentivar o comportamento certo. A simples aprovação é uma recompensa para a criança, como o silencio é uma permissão.
E, quando a criança cair no chão, os adultos não precisam sair correndo, desesperados para socorrê-las, a menos que se machuque seriamente. É importante avaliar o que aconteceu de fato. Por estranhar a situação, a criança pode chorar sem nem mesmo estar sentindo dor. Use o método pare, escute, olhe, pense e aja!
E pode nem ter sido um tombo. Crianças pequenas costumam cair por não saber parar. Ficam de pé, andam, disparam, mas não sabem brecar. Então, jogam-se no chão para parar. E a mãe e o pai correm a acudir, pensando que foi uma queda perigosa.
Elas têm de aprender que podiam não ter caído ou esbarrado na mesa. Não foi o chão nem a mesa que as derrubou. O tapinha que os pais dão o chão – “chão feio!” – passa a idéia equivocada de que agrado tira a dor e dá a falsa sensação de que a criança está certa.
A afobação e a reação exagerada dos pais geram insegurança na criança.
Também não sou favorável a que se limpe o caminho da criança, tirando-se cadeiras, mesas e tudo que for preciso para que ela não se machuque. Talvez ela se choque uma ou duas vezes contra a mesa, mas aprenderá a ter cuidado. O que pode atrapalhar é os pais “brigarem” com a mesa dando-lhe tapinhas recriminadores enquanto dizem “mesa feia!”.
Nas voltinhas futuras e maiores que os filhos vão dar, na escola por exemplo, os pais não poderão dizer “Escola feia!”, cada vez que não se saírem bem. Na adolescência, as voltinhas sociais serão ainda maiores, longe da vista dos pais, que não poderão dizer que “Os errados são suas más companhias”. Quando seus pit- stops em casa já não lhes satisfazerem, os filhos farão paradas em outros lugares. Então dependerão muito mais do que têm dentro de si mesmo que dos pais.
Içami Tiba – Quem Ama Educa
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Brincar é coisa séria a importância do brincar.
Brincar é tão importante para a criança como trabalhar é para o adulto. É o que a torna ativa, criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc…
Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
Etapas
O brincar também tem suas etapas de desenvolvimento. A criança começa a brincar sozinha, manipulando objetos. Posteriormente, procurará companheiros para as brincadeiras paralelas (cada um com seu brinquedo). A partir daí, desenvolverá o conceito de grupo e descobrirá os prazeres e frustrações de brincar com os outros, crescendo emocionalmente.
Brincar em grupo evita que a criança se desestimule, mesmo quando ainda não sabe brincar junto. Ela aprende a esperar sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e cumprindo normas. Com os grupos ela aprende que, se não encontrarmos uma forma eficiente de cooperar uns com os outros, seremos todos prejudicados. A vitória depende de todos. Aprende-se a ganhar e a perder.
A atividade lúdica produz entusiasmo. A criança fica alegre, vence obstáculos, desafia seus limites, despende energia, desenvolve a coordenação motora e o raciocínio lógico, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seus conhecimentos.
Escolhendo os brinquedos
Veja algumas indicações que podem ajudar a escolher os brinquedos:
• Interesse
É o brinquedo que convida a brincar, que desafia seu pensamento.
• Adequação:
Deve atender a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais.
• Apelo à imaginação:
Deve estimular a criatividade e não limitá-la.
• Versatilidade:
O brinquedo pode ser usado de diferentes formas, explorando a inventividade.
• Composição:
As crianças gostam de saber como o brinquedo é por dentro.
• Cores e formas:
O colorido, texturas e formas diferentes a estimulam sensorialmente.
• Tamanho:
Deve ser compatível com sua motricidade (quanto menor a criança, maiores serão as peças do brinquedo).
• Durabilidade:
Brinquedos muito frágeis causam frustração não somente por que se quebram, mas também porque não dão à criança tempo suficiente para estabelecer uma relação com eles.
• Segurança:
Este é um dos mais importantes itens na escolha de um brinquedo. Deve ser feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas nem peças que possam se soltar.
Quanto à brincadeira
• Dê tempo para que a criança possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda.
• Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo que precisar.
• Encoraje suas manifestações espontâneas, permita que ela tome a iniciativa.
• Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas.
• Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança.
• Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além de seu entendimento.
E lembre-se: quando apresentar um brinquedo a seu filho, demonstre interesse. Uma caixa vazia, dependendo de como lhe for apresentada, poderá virar uma casa, um barco, um carro, uma torre, uma cama de bonecas, um fogão... ou, simplesmente, uma caixa vazia.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc…
Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
Etapas
O brincar também tem suas etapas de desenvolvimento. A criança começa a brincar sozinha, manipulando objetos. Posteriormente, procurará companheiros para as brincadeiras paralelas (cada um com seu brinquedo). A partir daí, desenvolverá o conceito de grupo e descobrirá os prazeres e frustrações de brincar com os outros, crescendo emocionalmente.
Brincar em grupo evita que a criança se desestimule, mesmo quando ainda não sabe brincar junto. Ela aprende a esperar sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e cumprindo normas. Com os grupos ela aprende que, se não encontrarmos uma forma eficiente de cooperar uns com os outros, seremos todos prejudicados. A vitória depende de todos. Aprende-se a ganhar e a perder.
A atividade lúdica produz entusiasmo. A criança fica alegre, vence obstáculos, desafia seus limites, despende energia, desenvolve a coordenação motora e o raciocínio lógico, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seus conhecimentos.
Escolhendo os brinquedos
Veja algumas indicações que podem ajudar a escolher os brinquedos:
• Interesse
É o brinquedo que convida a brincar, que desafia seu pensamento.
• Adequação:
Deve atender a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais.
• Apelo à imaginação:
Deve estimular a criatividade e não limitá-la.
• Versatilidade:
O brinquedo pode ser usado de diferentes formas, explorando a inventividade.
• Composição:
As crianças gostam de saber como o brinquedo é por dentro.
• Cores e formas:
O colorido, texturas e formas diferentes a estimulam sensorialmente.
• Tamanho:
Deve ser compatível com sua motricidade (quanto menor a criança, maiores serão as peças do brinquedo).
• Durabilidade:
Brinquedos muito frágeis causam frustração não somente por que se quebram, mas também porque não dão à criança tempo suficiente para estabelecer uma relação com eles.
• Segurança:
Este é um dos mais importantes itens na escolha de um brinquedo. Deve ser feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas nem peças que possam se soltar.
Quanto à brincadeira
• Dê tempo para que a criança possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda.
• Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo que precisar.
• Encoraje suas manifestações espontâneas, permita que ela tome a iniciativa.
• Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas.
• Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança.
• Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além de seu entendimento.
E lembre-se: quando apresentar um brinquedo a seu filho, demonstre interesse. Uma caixa vazia, dependendo de como lhe for apresentada, poderá virar uma casa, um barco, um carro, uma torre, uma cama de bonecas, um fogão... ou, simplesmente, uma caixa vazia.
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